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Terceirização, Justiça do Trabalho e economia pautam abertura do 2º Congresso Estadual de Relações Sindicais e do Trabalho

27/03/2017 Fecomércio-RS

Empresários, autoridades e representantes de sindicatos patronais estão reunidos, em Torres, para o 2º Congresso Estadual de Relações Sindicais e do Trabalho, promovido pela Fecomércio-RS. Aberto oficialmente na manhã desta sexta-feira (24/03), o encontro promete intensos debates sobre o novo cenário do mercado de trabalho, as relações trabalhistas e sindicais e sua operacionalização. Dando as boas-vindas aos congressistas, o coordenador do evento e vice-presidente do Sistema Fecomércio-RS, Ibrahim Mahmud, agradeceu a presença do público, palestrantes e autoridades, que lotaram o auditório do Guarita Park Hotel.

Na abertura oficial do evento, o presidente do Sistema Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, foi enfático ao destacar alguns temas centrais desta edição do evento: o projeto da terceirização recentemente aprovado pela Câmara dos Deputados, pauta já destacada na primeira edição do Congresso em 2016, e o debate geral da reforma trabalhista com a participação do Ministério do Trabalho, empresários e empregados. “No cenário atual, não podemos nos furtar de discutir a própria Justiça do Trabalho, que ao meu ver é uma ‘jabuticaba brasileira’. Em nenhum lugar no mundo vamos encontrar uma justiça especializada com os custos da Justiça do Trabalho no Brasil, movimentando o número de ações que nos colocam como campeões mundiais da modalidade”, destacou Bohn. Somente em 2015, foram 2,6 milhões de ações no País, com um custo direto para a sociedade de R$ 17,1 bilhões. “A nossa palavra de ordem é fazer a economia girar, mas não artificialmente, às custas de empresários, e beneficiando servidores públicos e advogados”, disse ele, propondo aos congressistas o repensar da Justiça do Trabalho. “Caso não se reconstrua a Justiça do Trabalho, com magistrados com formação social mas que também compreendam a repercussão econômica de suas decisões, os investimentos continuarão represados, a atividade estagnada e os postos de trabalho destruídos”, pondera.

Propondo o diálogo como fator fundamental para o consenso nas relações sindicais e do trabalho, o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no RS, Rogério Uzun Fleischmann trouxe exemplos para mostrar casos extremos acerca de terceirização, os quais chegam ao Ministério Público por meio de denúncias. Segundo ele, o ambiente do evento em Torres é propício para esse tipo de debate, destacando ser possível chegar a um consenso quando se olha para o mesmo caso sob o viés dos valores humanos. “Acredito no diálogo e entendo ser possível chegar a um ponto comum em que não seja o exagero da liberação total nem no exagero de que qualquer tipo de terceirização não seja possível. Tudo isso em nome do valor social do trabalho e do crescimento econômico que todos nós queremos”, conclui.

Encerrando a abertura oficial, o prefeito de Torres Carlos Alberto Matos de Souza falou sobre a importância deste tipo de evento para os avanços da sociedade. “A sociedade pede mudanças. Hoje temos que um olhar maior sobre a gestão pública, por exemplo. Mais gestão e menos política”, ressaltou ele. O 2º Congresso Estadual de Relações Sindicais e do Trabalho segue até sábado (25/03), com a participação de diversos especialistas renomados da área trabalhista, sindical e empresarial.